terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Câmara Pestana - recuando na história

Existe alguma curiosidade em saber a origem do nome das ruas do Funchal. Muitos nomes de pessoas deram nome às mesmas, homens que não passaram despercebidos na história da humanidade, deixando algo de concreto.

A Rua Câmara Pestana (que tem início no cruzamento da Praça do Município com o início da Rua do Castanheiro e que termina no início das Ruas das Pretas, da Carreira e da Avenida Zarco) já teve outros nomes. Em tempos, chamou-se Rua da Igrejinha e também Rua dr. Vieira.

A Rua Câmara Pestana resulta de uma homenagem a um médico madeirense— o dr. Luiz da Câmara Pestana — que nasceu em Outubro de 1863 e se destacou como bacteriologista. Formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, Câmara Pestana esteve em Paris, em 1891, para estudar bacteriologia através de uma bolsa paga pelo Estado português.

O historiador Emanuel Janes diz que Câmara Pestana nasceu na Rua das Pretas, no Funchal, no número 42. Ali, foi colocada uma placa com informação sobre este médico. Mas foi a rua que faz ligação com esta artéria que recebeu o seu nome. O nome deste médico também foi atribuído à Casa de Saúde de doentes mentais do sexo feminino, existente na freguesia de São Gonçalo.

No Jardim desta unidade de saúde, encontra-se, sobre uma coluna de mármore, o busto em bronze do médico madeirense. O Laboratório de Saúde Pública do número 21 da Rua do Seminário, tem também o nome de Câmara Pestana.

Matriculou-se em 1884 na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Terminados os trabalhos escolares a 24 de Julho de 1889, iniciou diversos estudos sobre a especialidade a que se dedicou. Criado o Instituto de Bacteriologia de Lisboa, por decreto de 29 de Dezembro de 1892, Luiz da Câmara Pestana foi nomeado seu director. Os seus trabalhos alcançaram, fora do país, grande reputação.

O seu amor pela ciência e pelos homens arrancou-lhe a vida. Foi contaminado pela peste bubónica. Já nas vascas da agonia dirigiu aos amigos e colegas as seguintes palavras: «Que a minha morte vos não desamine; trabalhai, trabalhai sempre, meus amigos.»

Luiz da Câmara Pestana faleceu bastante novo, a 15 de Novembro de 1899, com 36 anos.

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