segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Conceito de Deus





"Projectaste em Deus o papel de "progenitor" e por isso vê-lo como um Deus que julga, recompensa ou castiga com base no que ele sente em relação ao que tu tens andado a fazer. Mas essa é uma visão simplista de Deus, assente na vossa mitologia. Não tem nada a ver com quem Eu sou.

Tendo, por conseguinte, criado todo um sistema mental relativo a Deus baseado na experiência humana, e não nas verdades espirituais, crias depois toda uma realidade em torno do amor.É uma realidade assente no medo, enraizada no conceito de um Deus temível, vingativo. É o Pensamento Orientador que está errado, mas negar esse pensamento seria pôr em causa toda a vossa teologia. E embora a nova teologia com que a substituas seja realmente a tua salvação, não consegues aceitá-la porque o conceito de um Deus não temível, que não julgará, e que não tem motivos para castigar é, simplesmente, demasiado grandioso para se enquadrar mesmo na ideia mais sublime que tens de Quem e O Que Deus É.

Espantosamente, criaram essa mesma contradição em torno de Deus. Tudo o que o vosso coração sente em relação a Deus vos diz que Deus é bom. Tudo o que os vossos mestres vos ensinam sobre Deus vos diz que Deus é mau. O vosso coração diz-vos que devem amar a Deus sem temor. Os vossos mestres dizem-vos que devem temer a Deus porque Ele é um Deus vingativo. Devem viver com medo da ira de Deus, dizem eles. Devem temer a Sua presença. Durante toda a vossa vida devem temer o julgamento do senhor, pois, o Senhor é justo, dizem-vos. E sabe Deus os tormentos que vos aguardam ao defrontarem-se com a terrível justiça do Senhor. Devem, portanto, ser obedientes" às ordens de Deus.

Senão...»

(Neale Donald in Conversas com Deus)

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