Pedro era filho de dois médicos que embora tivessem dinheiro não tinham tempo nem disponibilidade para educar o próprio filho.
Pedro tinha catorze anos e vivia com uma senhora já idosa que trabalhava como criada. Ele não vivia feliz, pois sentia necessidade de carinho e de um pouco de atenção e compreensão, não de bens materiais como os pais faziam.
O Pedro tinha tudo do bom e do melhor:
- Um computador para jogar e escrever longos e belos textos; jogos para brincar; televisão, vídeo e cassetes para ver e rever.
Mas não era isso que ele queria. Amor e carinho eram palavras que não existiam no coração de Pedro!
O horário dos pais era incompatível com o dele. Os pais saíam para o trabalho antes dele se levantar e chegavam já ele dormia.
por isso passavam-se dias, semanas e meses em que o Pedro não via os pais.
Na escola, apesar de ser inteligente, como tinha pouco apoio e menos estudo, acabou por reprovar o ano.
Veio para casa. Estava sempre fechado, pois não gostava de andar por aí a vaguear, mas... naquele dia, Pedro ouviu um rapaz, que era um suposto amigo, a chamá-lo.
Nessa tarde, esse suposto amigo tentou drogá-lo, obrigá-lo a fumar e a beber, dizendo que tudo isso melhoraria a sua situação familiar, os pais passariam a dar-lhe mais atenção e ele iria viver como num sonho.
Pedro saiu de casa e, nessa noite, ficou dependente das quatro piores coisas que há no mundo: droga, álcool, tabaco e violência.
Durante dois anos roubou e vendeu tudo o que via pela frente. Tornou-se num delinquente da pior espécie e, só concluiu o 8.º ano.
À beira da morte, naquele hospital frio e doentio, arrependeu-se para sempre do caminho que escolheu para rematar a sua jovem e saudável vida.
Depois de Pedro morrer, apenas com dezasseis anos, todos se arrependeram de não lhe terem dado amor e carinho.
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