sábado, 15 de setembro de 2007

O Mar Morto

Mais vale dar que receber.
Na Terra Santa há dois lagos alimentados pelo mesmo rio: é o Rio Jordão. Ficam situados a uns quilómetros de distância um do outro. Mas ambos possuem características bem distintas entre si. Um é o lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia ou Lago de Tiberíades. O outro é o chamado "Mar Morto".
O primeiro é azul, cheio de vida e de contrastes, de calma e de ondas. Nas suas margens reflectem-se delicadamente as flores amarelas dos seus belíssimos prados.
O Mar Morto é uma lagoa densa e de água salgada, em que não há vida. A água que vem do rio, ali fica estagnada.
Que é que faz destes dois lagos, alimentados pelo mesmo rio, lagos tão diferentes? Simplesmente isto: O Lago de Genesaré transmite generosamente o que recebe. A sua água, quando chega ali, parte de imediato para remediar a seca dos campos. Sacia a sede dos homens e dos animais. É uma água altruísta.
A água do Mar Morto estagna-se. Adormece. É salgada. Mata. É uma água egoísta, estagnada, inútil.
Com as pessoas passa-se o mesmo.
As que vivem com generosidade, a dar-se e a oferecer-se aos outros, essas vivem e fazem viver.
As pessoas que, com egoísmo, recebem, guardam e não dão, são como água estagnada, que morre e causa a morte à sua volta.
Muitas pessoas parecem-se com o Mar Morto: só recebem, acumulam, não se dão e assim constroem uma vida amarga, desgraçada e infeliz.
Há outros, porém, que dão e se oferecem a si mesmos com generosidade e sem esperar recompensa... Estes são as pessoas mais felizes do nosso mundo. Quanto mais nos damos, mais recebemos. Quanto menos partilhamos do que é nosso, mais pobres mais nos tornamos pobres.
O que acumula apenas para si, chama desesperadamente pela infelicidade e esta vem ter com ele. O que partilha, esse abre a porta à felicidade.
P. Mariano de Blas (adaptação)

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