O ser humano viveu um processo de desenvolvimento que se iniciou com a expressão muscular das suas emoções, prosseguiu com a necessidade de manifestar essas mesmas experiências por meio de imagens e terminou com o aparecimento de um ponto intermédio entre a imagem e a gesticulação emotiva: a palavra. A articulação de palavras foi o resultado do som provocado por uma emoção. A palavra é a chave de uma correspondência misteriosa, a chave para abrir a porta do mundo das verdadeiras significações.
Houve um tempo que dar a palavra era um acto respeitável. Era uma questão de honra. Podia confiar-se totalmente naquilo que um cavalheiro dizia, pois sabia-se que, acontecesse o que acontecesse, cumpriria aquilo que prometera. Agora, pelo contrário, na boca de alguns meios de comunicação e da maior parte dos políticos, as palavras nem sempre expressam a realidade, se não expressam mesmo absolutamente o contrário. Não cumprem a missão de informar. Falam sem falar. Dizem sem dizer. Por seu lado, muitos meios de comunicação não comunicam. Interessam-lhes as notícias sensacionalistas, que fazem escândalo, porque são as que mais vendem. O que importa é a notícia, não a verdade. A palavra, nestes casos, é como um veneno de efeito prolongado.
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